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Incubação Artificial e Alimentação Manual

         A fêmea abandonou o choco ou não alimenta os filhotes. Fato comum, principalmente com fêmeas novas, de primeira cria. Nem tudo está perdido. Ovos podem ser migrados para outras fêmeas ou incubados artificialmente.
Filhotes podem facilmente receber alimentação manualmente.
         Não compensa! Dá muito trabalho! As chances de sobrevivência são pequenas! São expressões que ouvimos vez ou outra por aí.
Naturalmente que não emanam de verdadeiros passarinheiros. Estes têm a consciência de que a luta pela preservação de uma vida vai muito além da viabilidade econômica.

Com a incubação artificial dos ovos não atingimos, ainda, um nível ótimo.
Empregamos um nascedouro da Premium Ecológica http://www.premiumecologica.com.br , onde foi colocado um suporte para os ninhos. Os ovos de pássaros são mantidos no interior dos ninhos e virados manualmente quatro ou cinco vezes ao dia.

As melhores taxas de eclosão foram obtidas com temperatura de 38,8° e umidade relativa de 60 %. Temos obtido taxa de eclosão em torno de 50 %. Efetuamos vários testes com ovos de periquito australiano, de canário do reino e dos exóticos manons. Incubamos, recentemente, 2 ninhadas de bicudo e uma de curió, com grande sucesso. O abandono dos ovos deu-se pela transferência de residência de um criador amigo para outra cidade, que teve que transportar seus pássaros em meio a estação reprodutiva. Os ovos estariam certamente perdidos. De 6 ovos eclodiram 5. A elevação da taxa de eclosão, nesse caso específico, não serve de referência por terem os ovos sido transferidos para a chocadeira, muito perto da data prevista para a eclosão. A ninhada de curiós nasceu no dia seguinte à transferência (nasceram dois filhotes). De uma ninhada de bicudos eclodiu um ovo no segundo dia de incubação artificial e outro no terceiro. Da terceira ninhada nasceu um filhote de bicudo no décimo dia de incubação artificial. O ovo que não eclodiu estava cheio e o embrião chegou a iniciar o seu desenvolvimento. Não conseguimos precisar a causa da morte embrionária. Há, ainda, muito que ser estudado em relação à incubação artificial de ovos de pássaros. São raros os casos em que a incubação artificial é a única solução (ainda bem). Em sua maioria, os ovos abandonados são transferidos para outras fêmeas. Daí que o universo de referência para observação da relação condição/resultado é pequeno.

Se com a incubação de ovos em chocadeira os resultados ainda não são muito bons, com a criação artificial dos ninhegos índices de sobrevivência acima de 90 % são facilmente atingidos.
Isso se deve, principalmente, a qualidade dos preparados destinados à alimentação de filhotes, disponibilizados pelos diversos fabricantes de ração. Produtos importados como o Nutri Bird da Versele-larga, ou o Handmix da Orlux, ambas Belgas, estão disponíveis no comercio brasileiro.          Os nacionais não ficam em nada a dever aos importados. Empregamos o Alcon Club Papa para filhotes de pássaros, com excelente resultado. Não encontramos razões para migrar para os produtos importados, muito mais caros, e que possibilitam resultados semelhantes. É imprescindível que o produto contenha uma associação de Prebióticos e Probióticos, para povoamento e desenvolvimento da flora intestinal benéfica.

A maior dificuldade, para um grande índice de sobrevivência, está na manutenção da temperatura e da umidade relativa estáveis, em um nível excelente, principalmente durante os primeiros 15 dias de vida.
Temos visto por aí, soluções empíricas das mais diversas, improvisadas por passarinheiros apaixonados e criativos. Um exemplo é do amigo Guedes, de Porto Alegre. Colocou água até um terço do nível de um aquário de vidro com um aquecedor dotado de termostato submerso, que mantinha a água a uma temperatura de 40 °C. Improvisou uma plataforma com uma chapa perfurada de acrílico um pouco acima do nível da água e, sobre esta, um suporte com um ninho. Sobre o aquário era mantida com uma chapa de vidro que cobria a metade da superfície. Segundo o criador, a tampa do aquário mais aberta ou mais fechada funcionava como regulador da temperatura, que era mantida em cerca de 36° C na altura do ninho. Se funciona bem não sei, mas lá estavam dois filhotes de Sabiá com cerca de 10 dias de vida.

Testemunhamos muitas improvisações com campânulas e lâmpadas incandescentes, próprias para granjas de aves de corte, sobre pequenas gaiolas encapadas. E os filhotes lá. Mantidos pela dedicação de um verdadeiro amante dos pássaros.

Estão disponíveis, no mercado, várias soluções profissionais para a manutenção de filhotes de pássaros sem os pais. Algumas nacionais, com preços mais atrativos. A Premium Ecológica comercializa uma Unidade de Tratamento de Pequenos Animais, que ainda não tivemos oportunidade de testar, mas que presumimos ter a mesma qualidade de outros produtos da empresa (http://www.premiumecologica.com.br/uta.html).

A Criativa comercializa uma incubadora manual para ovos de pássaros (http://www.criativanet.com.br) que já empregamos com muito sucesso na manutenção de filhotes.
         Uma observação importante sobre a incubadora da Creativa é que, em nossos testes, ela apresentou uma variação de temperatura de até 4°C, que consideramos muito elevada para nossa finalidade. Avaliamos a incubadora e achamos que isso se devia, principalmente ao fato da mesma ser montada em caixa de plástico e possuir pequena massa para armazenamento do calor gerado pela resistência. Nos intervalos determinados por seu termostato eletrônico a temperatura caia muito. Colocamos no interior da incubadora, sobre seu fundo plástico e sob a grade metálica, quatro lajotas de cerâmica refratária, com o cuidado de não bloquear as entradas de ar. Como resultado a temperatura passou a variar menos de 2°C.


Incubadora Creativa com lajotas de cerâmica refratária


         A observação da variação da temperatura deve ser obtida por termômetro eletrônico de boa qualidade, pois a maioria dos modelos de incubadoras é fornecido com um termômetro de bulbo de mercúrio, que apresenta um tempo de reação maior, dificultando a medição das oscilações.

 

Atualmente empregamos, em nosso criatório, um nascedouro fabricado pela Premium Ecológica, onde foram introduzidos suportes para ninhos. O resultado é excelente. Variação de temperatura é de cerca de 1°C, e a umidade, apesar da regulagem manual pelo nível da água em seu interior, se mantém muito estável. O nascedouro é usado para a manutenção dos filhotes

 

O processo é trabalhoso, porém muito simples.

                 A preparação da papa que será fornecida aos filhotes requer alguns cuidados. Nos primeiros dias deve ser servida mais diluída, sendo engrossada progressivamente até o sexto ou sétimo dia. A partir daí seguem duas partes de água para uma da farinha. Na própria embalagem da Papa da Alcon é enunciada a sugestão de 1 parte do produto para 5 partes de água no primeiro dia e 1 parte do produto para 2 partes de água, a partir do sétimo dia de vida dos filhotes. Seguimos e recomendamos a sugestão do fabricante.
         A papa deve ser servida a uma temperatura de 38°C. Após uma serie de tentativas estabelecemos a seguinte rotina de preparo:
         Aquecer cerca de 100 ml de água até o início da fervura. Encher uma xícara de cafezinho (usamos as de porcelana) com a água aquecida. Encher a seringa que será usada com a água aquecida. Esvaziar, após alguns segundos a xícara, que ficou aquecida pela água. Colocar uma colher de chá da papa da Alcon. A colher deve ficar rasa, com a mesma quantidade de farinha que conterá de água. Em seguida adicionamos a água. Tantas colheres cheias quantas forem necessárias para a proporção desejada. Mexer muito bem a papa, de forma a que fique totalmente homogênea.          Quando estiver pronta, a papa deve ser aspirada através da ponta que será usada na seringa. A seringa também foi previamente aquecida pela água quente. Nunca deve ser retirado o embulo da seringa para seja cheia por trás, pois alguma porção da papa que não esteja bem dissolvida pode entupi-la.
         Procedendo dessa forma, com tranqüilidade, teremos a papa com a temperatura próxima dos 38°C recomendados. Pelo tato podemos avaliar a sua temperatura.A higiene é fundamental. A cada refeição são removidas as fezes dos ninhos e diariamente os ninhos são trocados. O ninho retirado é higienizado e só retorna ao uso depois de um dia exposto ao sol. Principalmente nos primeiros dias, é importante que o ninho colocado permaneça por alguns minutos no interior da incubadora antes da transferência dos filhotes, para evitar variação brusca na temperatura.

         As refeições devem ser ministradas em intervalos de, no máximo, uma hora e trinta minutos. Melhor é determinar o intervalo pela observação do volume do papo do filhote. Esvaziou... ta na hora.

         Certa vez efetuamos um comparativo com filhotes de periquito australiano. 10 filhotes nascidos no mesmo dia. Três recebiam comida a cada 2 horas. Três recebiam comida a cada 1 hora e meia e quatro foram mantidos com comida no papo. Observando-se os filhotes, quando o papo estava quase vazio era oferecida a refeição. Os intervalos ficaram em torno de 50 min. Em uma semana os filhotes que foram mantidos com comida no papo aparentavam ter 2 dias mais que os outros. Empenaram, também, um pouco mais rápido. No entanto, apresentaram maior demora para comerem sozinhos. É possível que o ditado "a fome aguça a esperteza" tenha funcionado com eles. Parecem ter ficado mais dependentes. O lote que recebeu comida em intervalos de 1 hora e meia apresentou desenvolvimento ligeiramente superior ao do lote submetido ao intervalo de 2 horas.          Todas as avaliações foram efetuadas apenas pela observação visual, sem maiores critérios zootécnicos. Após três meses de nascidos, nenhuma diferença podia ser observada entre eles, salvo de um macho que se apresentaa maior e mais bonito que os demais, muito provavelmente, por característica genética e não pela forma como foi alimentado.

A preparação da papa que será fornecida aos filhotes requer alguns cuidados. Nos primeiros dias deve ser servida mais diluída, sendo engrossada progressivamente até o sexto ou sétimo dia. A partir daí seguem duas partes de água para uma da farinha. Na própria embalagem da Papa da Alcon é enunciada a sugestão de 1 parte do produto para 5 partes de água no primeiro dia e 1 parte do produto para 2 partes de água, a partir do sétimo dia de vida dos filhotes. Seguimos e recomendamos a sugestão do fabricante.
         A papa deve ser servida a uma temperatura de 38°C. Após uma serie de tentativas estabelecemos a seguinte rotina de preparo:


        

Costumamos incluir, diariamente, em uma das refeições, uma gota de Aminosol. Isso a partir do sétimo dia de vida do filhote. Embora não tenhamos conhecimento de nenhum trabalho científico que recomende o uso do Aminosol nessas condições, sempre o fizemos, e não vimos até agora razão para alterar tal procedimento.

         Quanto a seringa a ser empregada, melhor que possua dosador, pois é muito difícil pressionar o embulo de forma a fornecer uma porção adequada e regular à cada filhote. Uma agulha sem ponta, e preferencialmente curva, é de grande ajuda. Embora esse material possa ser improvisado ou adquirido em lojas de material odonto-hospitalar, existem dosadores fabricados para esse fim específico, que podem ser adquiridos no comercio especializado.

A loja Terra dos Pássaros (ver link na página inicial), comercializa um Kit da Zootech, que é boa opção para quem reproduz variadas espécies de pássaros. O criatório Rio Bonito vende um dosador muito adequado aos filhotes de Bicudo (http://criatorioriobonito.com.br/dosador.html).

A papa deve ser depositada sobre a língua do filhote e após o início da formação do bico. O filhote deve abrir o bico espontaneamente. Nunca deve ser forçado. Na segunda ou terceira refeição já estão espertos, facilitando o trabalho com a seringa. A quantidade é sempre pequena. Uma gotinha de cada vez. Se o filhote sacudir a cabeça, tentando livrar-se da papinha será por essa ter sido depositada em local inadequado ou em quantidade excedente.
         Não podem ficar restos de papinha no bico, corpo do filhote ou no ninho. É fungo na certa. O papo não deve ficar demasiadamente cheio. Os filhotes são gulosos e mesmo alimentados ficam pedindo mais e mais comida.
         É necessário limpar o bico dos filhotes após cada refeição. Para isso empregamos pedaços de guardanapos previamente cortados com tesoura.

A partir de 10 ou 12 dias de vida os filhotes começam a ficar irrequietos no ninho, ficando pousados em suas bordas e mesmo saltando para fora. Daí em diante é preciso cuidar para que não caiam e se machuquem, principalmente durante as refeições. É mais confortável retirar o ninho da incubadora na hora de alimentar os filhotes. Daí a preocupação com uma possível queda.

         Na medida em que vão se desenvolvendo, os filhotes não param quietos na incubadora. Já estando mais empenados estão menos sensíveis as variações de temperatura. Nessa fase é melhor transferi-los para pequenas gaiolas, que podem ser dotadas de aquecedor elétrico ou serem encapadas e colocadas próximas de alguma lâmpada de aquecimento. Transferidos para as gailolas, devem ter acesso à comedouro com rações e farinhadas e a um bebedouro com água. Quando iniciarem o consumo voluntário da farinhada, oferecemos a mistura de sementes. É necessária muita sensibilidade para saber a hora de reduzir a papinha na seringa, estimulando o consumo voluntário

A temperatura na incubadoura deve ser diminuida na medida em que os filhotes vão empenando. Consideramos ideal
a temperatura de 37 ° C, que vamos reduzindo a partir do 3 dia, à razão de 1° C por dia, até que esteja estabilizada em 28°C.
        Quando os filhotes são retirados da incubadoura, são transferidos para gaiolas com aquecedores individuais. O aquecedor mantem apenas uma parte da gaiola aquecida. Os proprios filhotes passam a regular a necessidade de aquecimento. Quando não se aproximam mais da área aquecida, o aquecedor pode ser desligado. Tanto o Criatório Rio Bonito, como a Empresa Criativa, vendem modelos de aquecedores.

 

Os filhotes criados sem a mãe, apresentam um pouco mais de dificuldade para se adaptarem com a dieta comum. Certamente pela falta do seu exemplo.

         Quanto ao imprinting da linguagem da espécie, pudemos observar que um bicudo que criamos com alimentação manual acabou por tornar-se galador em outro criatório, não apresentando qualquer vicio de comportamento.

         A alimentação manual dos filhotes, também pode ser implementada em apoio a alimentação dada pelos pais, com grande sucesso para o desenvolvimento dos filhotes. Nesse caso, devem ser fornecidas apenas algumas porções aos ninhegos, sem nunca completar os seus papos, para que continuem com apetite e pedindo comida aos pais. Se forem saciados plenamente, a fêmea pode perder o estímulo e parar de alimentá-los.

 

 

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