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A relação homem-animal

Por Francesco Chieppa

"Pet therapy"

Um claro exemplo de "pet therapy" a espantosa história de Robert Stroud

A inter-relação homem-animal pode ser considerada um binômio ancestral, cuja origem se perde nas "noites dos tempos".

O homem, desde a gênese tem explorado o ambiente natural com um olhar particularmente atento e interessado para as outras formas de vida animal do Planeta. As primeiras expressões humanas de arte gráfica representavam animais. As figuras de paredes do Paleolítico mostram uma grande variedade de animais e quase nunca espécies vegetais.

A relação homem-animal tem evoluído nos milênios através de três fases destacadas:

Primeira fase: Concepção arcaica do animal.

Nesta fase o homem tinha através do animal uma ligação que poderíamos definir como mágica-totêmica. O ser não humano era assimilado a uma entidade divina (culto pagão de alguns animais junto aos antigos egípcios). O animal foi percebido como uma divindade iniciadora de estirpes. A esta concepção arcaica se relaciona a presença de símbolos animais na antiga heráldica.

Segunda fase: Concepção econômico-funcional do animal

Neste período histórico se afirma o conceito do homem "dominus": mestre, favorito também de certa teologia cristã, afirmativa de uma Natureza constituída por um conjunto de elementos considerados a serviço das necessidades materiais do ser humano.

O animal nesta fase é considerado "útil" - mediando um neologismo de origem anglo-saxônica, atualmente um tanto em voga em matéria econômico-financeira - produtores de carne, leite, lã, pele, ovos, força de trabalho.

Terceira fase: Concepção ética do animal

Corresponde à visão do animal que se tem no período histórico.

A criatura não humana, graças aos progressos da biologia, etologia, medicina veterinária, não é mais considerada como no passado: "corpo vil", mas ser sensível, em condições de percepções conscientes de prazer e dor. Nasce uma legislação de tutela dos animais em todos os países mais evoluídos.

O animal torna-se depositário de direitos elementares. É uma questão ótica ético-filosófica que se insere no atual conceito de pet-therapy, já que o animal passa a ser considerado também como distribuidor de benefícios psico-sociais.

A progressiva urbanização e o desaparecimento da antiga civilização rural, o relegou a viver em ambientes metropolitanos caóticos e estressantes. Aumenta o número de solteiros, das famílias sem filhos, ou com filho único. Cresce de modo exponencial o exército de animais considerados "de companhia" que compartilham a nossa existência nas residências de hoje.

Quanto ao Pet: significa literalmente "animal de afeição predileto", não é bem uma descoberta mas, através da aproximação do animal de companhia o homem renova no seu novo contexto de vida uma antiga ligação desejada essencialmente em nível inconsciente.

A presença de um animal num ambiente carcerário tende a reduzir a conflitualidade entre detentos que cuidam do próprio pet, reduz a freqüência de suicídios, melhora a cooperação entre os detentos e guarda carcerária. Já em 1983 Pethes tinha notado durante uma pesquisa estatística feita e ma Hungria que eram raros os episódios de auto-lesões em comunidades com presença de animais. Nos Estados Unidos uma norma de 1978 permite a introdução de pequenos animais de estimação nas prisões (aves, répteis, anfíbios, peixes ornamentais). Nos Estados Unidos este tipo de experiência teve um precedente nos anos vinte. Refiro-me a história humana de Robert Stroud, homicida e protagonista de crimes bárbaros, condenado ao enforcamento e depois perdoado em 1920 pelo presidente Wilson que comutou a sentença capital que havia sido condenado, para a pena de isolamento permanente. Depois de várias transferências Stoud fica na prisão de Alcatraz, localizado na homônima ilha, na baia de São Francisco (Califórnia).

Um dia o preso, no horário de banho de sol no pátio a ele reservado achou um filhote de pardal no chão, frio e quase morrendo. O recolheu, cuidou dele conseguindo salvá-lo e fazê-lo crescer. Depois pediu e obteve da direção da penitenciária consentimento para criar na cela alguns casais de canários e daquele momento Stroud manifestou uma verdadeira e própria metamorfose. Aquele homem rude e sanguinário se transformou - quase que por um encanto - em um delicado e apaixonado estudioso da biologia das aves, chegando a se tornar em poucos anos um ornitófilo de fama mundial! Particularmente versado nos estudos e nas observações científicas sobre patologias das aves de gaiola, Stroud mandou imprimir - como autêntico auto-didata - dois tratados de ornitopatologia: "Diseases of Canaries" (Doenças dos Canários) e "Stroud's digest of bird diseases" (Resumo das doenças das aves por Stroud). Robert Stroud morreu na penitenciária de Alcatraz em 21 de novembro de 1963, com a idade de 73 anos, depois de ter passado no isolamento 53 anos de sua vida, confortado somente pela grande paixão pelo mundo das aves e da sua alegre, multiforme e multicolorida vizinhança.

A história do condenado passarinheiro ("birdman") americano subiu aos clamores da crônica internacional depois da realização do filme "O Homem de Alcatraz", dirigido por John Frankeimer, com o mítico Burt Lancaster no papel de Robert Stroud, filme que obteve uma indicação para o Oscar.

Concluindo podemos afirmar que os animais estão documentadamente em condições de melhorar a qualidade de vida do homem e até mesmo, auxiliar a cura de patologias de várias naturezas.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

- Ballarini G. : " Uso terapeutico e profilattico degli animali familiari "

in Obiettivi e Documenti Veterinari, n° 1/1994 - Edagricole Bologna.

- Chieppa F. : " Canarini per terapia,ovvero Pet therapy "

in Italia Ornitologica, n° 2/1995 - Edizioni FOI Piacenza.

- Famulari L. - Di Pietro S. - Giudice E. - Straropoli C. - Pugliese A. :

" Pet therapy, ausilio metodologico neuroriabilitativo "

in Obiettivi e Documenti Veterinari, n° 4/2002 - Edagricole Bologna.

- Marchesini R. : " Elementi di zooantropologia e professione veterinaria "

in Obiettivi e Documenti Veterinari, n° 7-8/1997 - Edagricole Bologna.

 

 

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