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CANÁRIO-DA-TERRA - AS MUTAÇÕES

Paulo Rui de Camargo

Mutações em canário-da-terra (Sicalis flaveola) é assunto novo, ainda em evolução. Como essas mutações não foram padronizadas e nem


Mutação Amarelo ...............

regulamentadas, ainda perdura muita desinformação a respeito, especialmente quanto aos nomes e as descrições dos pássaros mutantes.
Como 1º Diretor Técnico de Criação de Canário-da-Terra da CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE PASSAROS NATIVOS - COBRAP estou me propondo a dar início a uma regulamentação que possa uniformizar as diversas mutações que já surgiram. Este, portanto, será um marco inicial.
Muita gente sabe que os animais evoluem para melhor se adaptar. Durante essa evolução ocorrem mudanças e alterações no DNA. Assim, pode-se definir mutação como qualquer alteração ou modificação permanente do DNA. A nós ornitófilos o que interessa são as mutações que transformam, alteram ou mudam a coloração e os desenhos originais das penas dos pássaros silvestres, já que, ocorrendo a mutação, as tonalidades e os desenhos passam a apresentar diferenciações dos seus ancestrais nativos.
Minhas vivências pessoais, com as mutações no canário-da-terra, tiveram início há mais de 35 anos atrás, quando, na década de l966/67, pela primeira vez, pude ver e admirar alguns canário-da-terra mutantes, na coleção do meu grande amigo NELSON MACHADO KAWALL. Ele possuía quase duas dezenas de canários-da-terra (Sicalis flaveola brasiliensis) mutação canela e um fêmea lutina (amarela de olhos vermelhos). No Rio de Janeiro, um outro meu amigo, MARIO VENTURA, também possuía um macho lutino.


............ Mutação Canela

Segundo informação do referido Nelson Kawall a primeira mutação a surgir em canário-da-terra foi a canela. Depois, por volta de 1975, o Nelson vendeu sua bela e rara coleção de pássaros mutantes a um outro meu amigo, o ENNIO DE ARAÚJO FLECHA, que foi Presidente da SOB - Sociedade Ornitológica Bandeirante. O Flecha, durante muitos anos, criou dezenas de mutações de vários pássaros nativos brasileiros. Posteriormente, também vi no aviário do Dr. TRAMUJAS, médico em Curitiba, outros exemplares mutantes de canário-da-terra.
Naquela ocasião, se não me falha a memória, as mutações existentes eram de pássaros canelas, os dois lutinos já referidos, os amarelos de olho preto (alguns ainda apresentando suaves marcações melânicas nas costas, asas e rabadilhas) e canários-da-terra manchados, com variados tons de amarelo e negro, os chamados arlequins, alguns que não eram verdadeiras mutações, mas pássaros que apresentavam manchas e pintas de cores diversas, resultantes de deficiências ou mudanças de hábitos alimentares.
Posteriormente, apareceram uns canários amarelos de uma cor chamada de "flor-de-milho", com poucas penas negras, originários do Ceará, que eram muito disputados por colecionadores, mas a mutação (se é que era mutação) não foi fixada. Existiam, também, na época, uns canários-da-terra (Sicalis flaveola pelzelni) com uma coloração diversificada, que vinham do Mato Grosso do Sul, chamados de cinza cor-de-palha, cuja coloração era um cinza claro amarelado. A plumagem de fundo era amarelada. Essa novidade também, segundo me consta, não foi fixada.
Daí para frente, me interessei por esses tipos de pássaros de cores diferentes das normais.
Depois, mais recentemente, surgiram as mutações ágata, as isabelinas e opalinas.
Quanto as pseudo ou verdadeiras mutações arlequins, ainda pairam dúvidas se elas são, de fato, mutações autênticas, ou não, isto é, se podem ser transmitir e ser fixadas, já que inexistem relatos fiéis de pássaros nascidos de cruzamentos arlequim X arlequim terem resultado filhos manchados iguais ou um pouco assemelhativos aos pais. Das minhas experiências, ainda não tenho uma opinião formada. Em rolinhas caldo-de-feijão esse tipo de variação cromática jamais se fixou.


Mutação Opalina ................

Como o canário-da-terra só agora, a partir da década de 1975, vem sendo criado adequadamente em regime de domesticidade (a criação doméstica começou a ser incrementada com regularidade somente após a década de 1990), existem raros e esparsos relatos de mutações nesta espécie de pássaro. Este assunto está ainda embrionário na ornitofilia brasileira. Muitos passarinheiros nem sabem que existem mutações em canário-da-terra. Até hoje, minguadas confirmações técnicas e fontes seguras das reais mutações que já apareceram podem ter confirmação de sua existência e fixação genética. A razão é simples: muitos poucos criadores abnegados puderam concentrar seus esforços neste capítulo apaixonante da história deste nosso pássaro, um dos mais estimados pelo povo brasileiro. Acredito, entretanto, que as mutações já existentes serão fixadas, o número de exemplares mutantes aumentará e diversos criadores irão partir velozmente para criar, visando obter novas mutações, como aconteceu com o canário de cor.

............ Canário da Terra

Esta carência de informação, todavia, não acontece com o Serinus canarius. Segundo consta dos manuais de canaricultura, o referido pássaro, originário das Ilhas Canárias, o popularmente conhecido canário doméstico, canário-do-reino, canário-belga, roller ou de cor, vem sendo criado pelo homem há mais de 500 anos.
Durante este longevo período, centenas de mutações de cores surgiram, foram fixadas e transmitidas ao longo dos anos. Hoje, o número de cores novas (diferentes do tipo normal silvestre) já ultrapassa quatrocentas. Este detalhe é importante, na medida em que induz os criadores a buscar o aperfeiçoamento, melhorar o que existe e chamar a atenção do grande público para a canaricultura de cor. O canário selvagem, primitivo, em face da contínua seleção e aprimoramento genético realizado pelos criadores, foi, aos poucos, sendo alterado, inclusive no seu tamanho, porte e cores originais.
Toda esta diversidade de formas e mutações de cores, com certeza, também ocorrerão com o nosso canário-da-terra. Penso que, em futuro não muito longínquo, iremos ter um canário-da-terra totalmente vermelho, um totalmente branco, um mutante pastel, um topázio e assim por diante, como acorre com o Serinus.
Nestes últimos trinta e cinco anos, as mutações que podem ser citadas e que já ocorreram em canário-da-terra são: canela, lutina, arlequim, amarela, ágata, isabel e opalina.

 

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