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Existe uma solução para a extinção de nossas aves?

Comecei a pesquisar por que motivo as aves brasileiras entravam em processo de extinção.

Após pesquisar muito, fiquei estarrecido com uma matéria que foi veiculada no site do IBAMA em 05/05/2008 com o nome de “ Piauí tem doze espécies de animais em extinção ”.

“As principais causas do desaparecimento dos bichos é a destruição da espécie e do habitat natural para a formação de áreas de pastagem e monoculturas, o comércio ilegal de animais raros através do tráfico e a criação em cativeiro .”

Destruição da Espécie

Licença de caça. Creio que o órgão que deveria expedir este documento, é o IBAMA.

Destruição do Habitat Natural

O Governo deve criar mais áreas de preservação.

O tráfico de animais

Nós já sabemos que o tráfico existe. O tráfico nasce por que existe quem quer comprar um produto, é assim com drogas, armas, animais e até pessoas (ver matéria anexa no final).

Os números apresentados são um pouco questionáveis, talvez até exagerados. Dizem que milhões de aves são retiradas da natureza, que existe tamanha crueldade com as aves que de cada dez, só uma sobrevive e que são bilhões de dólares transacionados. E por quê?

Só por que a criação em cativeiro é extremamente rara e cara, ou por que a ave comprada no mercado paralelo é aproximadamente seis vezes mais barata do que uma vendida no mercado oficial, tudo certinho e devidamente legalizada.

Para conferir esta tese, fui a uma grande loja de animais em São Paulo. Um papagaio verdadeiro custa R$ 2.500,00 (parcelado em 5 X no cartão), enquanto que no mercado negro custa R$ 400,00.

Vamos pensar um pouco, se a cada 6 aves vendidas equivale o valor de uma devidamente legalizada, o traficante não deveria cuidar melhor de suas aves, para que seu lucro fosse um pouco maior?

Eles são traficantes, não burros!!!

Se o governo quiser realmente acabar com o tráfico de animais, ele sabe como. O maior problema é que ele vai afetar um mercado que ele tem receio de acabar, ou por que, de uma forma ou de outra, está ganhando com isso. Não estou afirmando que o governo ganha fábulas de dinheiro com o tráfico, e sim ganha o desvio do ponto focal de determinados escândalos políticos.

Temos vários exemplos, como a utilização de cartões corporativos, a criação do novo imposto do cheque (CSS). Todos deveriam lembrar que ninguém foi indiciado por ter utilizado de forma abusiva o cartão corporativo, e também, que o IPMF foi criado para a Saúde e no seu final, já havia desviado todo o montante da Saúde para cobrir rombos em outras secretarias, deixando nosso sistema de saúde extremamente doente e em fase terminal, assim como fizeram com a previdência, que já está desenganada. Garanto que com a CSS será igual.

É só o governo soltar uma informação bombástica e a mídia faz o resto. Espalha como vírus.

A criação em cativeiro

Creio que houve um engano colocar os criadores como uma das causas da extinção. Só pode ser engano!!!

Algumas espécies saíram da zona extrema da extinção por causa de criadores, autorizados pelo IBAMA.

Sou criador de canários, cadastrado na SANO (Sociedade Amadora Nacional de Ornitologia em Guarulhos, SP), que por sua vez é cadastrada na FOB (Federação Ornitológica Brasileira). É um trabalho sério, onde trabalhamos com genética, concursos e perpetuação da espécie. E tem mais, garanto que os canários nunca entrarão em processo de extinção, primeiro por que não é regulado de forma proibitiva e, segundo quem realmente cria, cria com responsabilidade, denuncia aves de procedência duvidosa e não aneladas, primando pelo melhor da genética da espécie.

Para todos terem idéia, o Ibama diz que não proíbe a criação, só que fechou a adesão de novos criadores até 31/07/2008 para as aves brasileiras (silvestres), mas canários, periquitos australianos, calopsitas, agapornes e outras tantas de outros países, os criadores podem.

Em outras palavras, o próprio IBAMA está incentivando a extinção das aves brasileira e até incentivando o tráfico.

Os criadores amadores, chegam a tirar até 5 crias por ano, com mortalidade, no máximo 5 %, fazendo inclusive processos de poligamia (para cada macho, 5 fêmeas). Nos casos de abandono de ninho, utilizamos as chocadeiras, e se for necessário, até alimentação manual, sendo que na natureza, só tem 1 cria por ano e a mortalidade é por volta de 40 %.

Para terminar com o tráfico, seria mais simples do que parece. Tabele o preço das aves , para que o preço possa concorrer com o tráfico. Limite a quantidade anual da distribuição dos anéis para os criadores e as crias que excederem a quantidade de anéis, deverão ser encaminhadas aos criadouros do IBAMA, para devida socialização e posterior soltura.

A mídia veicula notícias como modismos temporários.

A mídia faz com que o planeta Terra tenha a síndrome de gaiola, onde vários curiosos, ignorantes deste assunto tentam defender a idéia da proibição da criação em cativeiro e solta aquela famosa frase:

“Nossa, imagine essas aves soltas.....”. Por que esses hipócritas não choram a extinção do Tiranossauro Rex???

Para ser mais claro foi esta cena que ocorreu em uma novela, que passa numa das maiores redes de TV, em horário nobre. O personagem desta novela, tinha diversas aves em gaiolas e depois de um “chilique”, abria as gaiolas com alegria e bradava para que as aves voassem em liberdade!!!

Não sei se o débil que escreveu esta cena, tentando tomar uma atitude “politicamente correta” ou de “modismo”, naquele momento assinou a pena de morte de cada uma das aves.

Não sei como o IBAMA autorizou uma exibição cruel deste tipo, tendo todo o conhecimento que tem.

Sei só de uma coisa, qualquer assunto em que a política interfira, vira um problema sério. Trava qualquer processo por anos, décadas. Talvez por excesso de burocracia, ou será prioridade, ou talvez incompetência mesmo! Com certeza, dinheiro não é, pois a CPMF foi embora e a economia do país continua uma maravilha! Bolsa sobe, dólar cai...

Desde que me conheço por gente (nasci em 1964) escuto a famosa “despoluição do Rio Tietê”. A única coisa que fizeram com o Rio Tietê, foi uma melhoria para evitar alagamentos, depois de São Paulo parar por causa de inundações deste famoso rio.

Vamos deixar de ser hipócritas e vamos encarar a realidade, precisamos de atitudes e não daqueles projetos mirabolantes, promessas ou qualquer tipo de blá blá blá, mas com a velocidade das atitudes do IBAMA e a eficiência da nossa política, preparem-se, por que ainda teremos muitas aves brasileiras extintas.

O pior de tudo é que sabemos que os criadores amadores poderiam evitar a extinção destas aves.

Criadores, continuem com vosso trabalho, com amor e dedicação e vamos torcer para que o governo não se intrometa na criação de canários, senão este também será o fim dos nossos amados canários.

05/06/2008 - Fauser R. Zavarco.

email: fauser.zavarco@itau.com.br

11/06/2008

Meninas virgens viram moeda de troca por um burro no Paquistão

Dois clãs resolvem com casamentos forçados oito anos de disputas

Do El País

O Paquistão, apesar de ser um dos poucos países do mundo capazes de fabricar armas nucleares, continua socialmente ancorado no feudalismo mais arcaico. Muitas de suas tribos dão mais valor aos animais domésticos que às mulheres, como deixou claro a decisão adotada por um conselho de notáveis locais (yirga) da província do Baluquistão, de saldar uma antiga disputa entre clãs com a entrega de 15 virgens entre 3 e 10 anos de idade.

O confronto foi provocado há oito anos por um cachorro do clã dos qalandaris que mordeu um burro dos chakranis. O cão devia estar com raiva e o asno morreu. Desde então esses dois clãs travam uma briga sem sentido que custou a vida de 13 pessoas: 11 qalandaris e um homem e uma mulher chakranis. A yirga pretendia com sua intervenção acabar com o derramamento de sangue, para o que recorreu a sua sentença mais ancestral: a oferta de impúberes em casamento, sem levar em conta a idade dos homens com os quais se casariam.

Os dois clãs pertencem à tribo bugti, uma das 130 que povoam o indômito território balúchi, onde cinco grupos armados disputam com o exército do Paquistão o controle das enormes reservas de gás dessa província, a maior do país (347.190 km2), a menos povoada (10 milhões de habitantes) e a mais atrasada.

O veredicto da yirga se adapta ao ditado em 2002 pelo então chefe da tribo, Nawab Akbar Jan Bugti, que para conter a série de mortes praticadas pelos chakranis depois da morte do burro os multou com o pagamento de 4 milhões de rúpias (cerca de 40 mil euros) e a "entrega em matrimônio de uma menina por mês". Como donos do cão raivoso, os qalandaris deveriam pagar uma multa de 12 mil euros. Os chakranis não aceitaram.

O assassinato pelo serviço secreto paquistanês de Nawab Akbar Jan Bugti, em agosto de 2006, pôs a tribo, à qual pertencem 200 mil pessoas, em maiores dificuldades. A necessidade de pacificar seus clãs para ter uma estratégia comum diante das negociações com o novo governo democrático paquistanês, levou a yirga a se reunir para buscar uma solução definitiva para o conflito. De acordo com a tradição, decidiu que as meninas pagariam a dívida de sangue e selariam com seu sacrifício a reconciliação entre chakranis e qalandaris.

A sentença brutal, porém, causou revolta nos setores mais progressistas do Paquistão. O jornal "Dawn", publicado em Karachi, a capital financeira do país, foi o que revelou a notícia, em 31 de maio passado. Segundo o "Dawn", a maioria das meninas deveria se casar com homens de mais de 50 anos. Na realidade, o trato as transforma em escravas dos maridos, uma situação que vivem muitas mulheres paquistanesas, tanto nas áreas tribais como nas rurais das quatro províncias do país. Mulheres e meninas obrigadas por suas famílias a se casar com desconhecidos.

Esse jornal prestigioso é o veículo paquistanês que mais combate o feudalismo da sociedade, através da publicação de notícias sobre o pagamento de dívidas de sangue, tráfico, maus-tratos, seqüestros e assassinatos de mulheres e crianças.

Uma vez divulgado o veredicto do conselho de notáveis, a comissão de direitos humanos do Paquistão pediu não só a anulação da decisão, como também a "prisão imediata de todos os que participaram da yirga e de todos os que concordaram em pagar com meninas menores a solução de uma dívida tribal".

Tanto a lei religiosa islâmica como a lei civil paquistanesa proíbem os matrimônios infantis, tão arraigados na tradição feudal do país. Segundo a lei islâmica (sharia), as mulheres só podem se casar depois da puberdade, e as de 3 a 10 anos são impúberes. Quanto à lei civil, não permite o casamento de menores de 16 anos.

Antonia Paradela, porta-voz da Unicef no Paquistão, comenta por telefone de Islamabad que desde 2004 essa organização da ONU para a infância assessora o governo paquistanês em questões legais, e que uma vez que existem leis colabora para que sejam aplicadas. Segundo Paradela, "o mais positivo" que se depreende do horror desse caso é "a conscientização cada dia maior da sociedade paquistanesa" contra essa barbárie, contra a qual na atualidade lutam diversas ONGs do país, apoiadas pela Unicef e outras organizações internacionais de ajuda à infância.

Em uma entrevista feita recentemente em Karachi com Musarrat Perveen, coordenadora da Madadgaar -uma das ONGs paquistanesas mais importantes na defesa das mulheres e crianças-, indicou que um dos maiores problemas que enfrentam é o seqüestro de menores para vendê-las, casá-las ou prostituí-las, tanto dentro como fora do país. "Temos registrados 6.886 casos desde 2000, mas esses são os que transcendem publicamente, o que representa multiplicar pelo menos por dez para saber o alcance real do problema", afirmou.

Esse número inclui também meninos, muitos dos quais são seqüestrados para ser vendidos por valores que oscilam entre 300 e 4 mil euros, para ser escravos nas ricas monarquias e emirados do Golfo Pérsico e, sobretudo como ginetes de camelos. "Os sequestram inclusive com 4 anos para submetê-los a um duríssimo treinamento com o objetivo de que participem das corridas de camelos. Dão-lhes a menor dieta alimentar possível, porque quanto menos o ginete pesar e mais chorar, mais o camelo corre", indicou Perveen.

O escritório que Syed Sarim Burney tem na sede em Karachi da Fundação Ansar Burney, da qual é vice-presidente, está cheio de fotos terríveis de mulheres deformadas pela brutalidade dos maridos, pais ou irmãos. "Uma das práticas quase habituais em caso de ciúmes", indicou mostrando uma fotografia de mulher colocada sob o vidro da mesa, "é cortar seu nariz com uma navalha para que ninguém volte a olhá-la."

Burney, especializado na defesa jurídica de mulheres maltratadas ou encarceradas por delitos cometidos pelos homens da família, tem documentados centenas de casos de mulheres assassinadas, queimadas ou submetidas a múltipla violação para, entre outros motivos, pagar pela infidelidade de seus irmãos. Mas apesar do horror descrito, assim como Perveen e Pardela, Burney afirma que essas práticas atávicas são cada dia mais rejeitadas pela sociedade paquistanesa, que exige dos governantes mão firme contra elas.

 

 

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