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Os Feos

  João F. Basile da Silva
Criador e Juiz de Canário de Cor


  As inúmeras cores (mais de 460) que compõem a nomenclatura oficial dos canários de cor, são fruto das combinações das diversas melaninas existentes e seus lipocromos.

Em 1963, na Bélgica, em uma criação de canários, surgiu uma mutação que depois de selecionada e melhorada de acordo com os padrões oficiais resultou no que hoje nós chamamos de FEO.

As melaninas que compõem as cores dos Canários são basicamente duas: Eumelanina, (que pode ser negra ou marrom), e Feomelanina, (que é sempre marrom).

Esta mutação, como o próprio nome diz, provoca uma inibição das eumelaninas, fazendo com que os exemplares mutantes apresentem apenas a Feomelanina, e são portanto marrons.

Como a posição da Feomelanina é na borda das penas, os exemplares Feos apresentam no dorso um desenho escamado, que mostra alguma semelhança como o conhecido "Carijó" das galinhas, com coloração marrom.

A beleza desses exemplares como pode ser visto pelas fotos é muito grande, o que faz com que exista grande numero de criadores deste tipo de canário. Para se ter uma idéia, no campeonato brasileiro de ornitologia realizado em Londrina, a série a que pertence os Feos teve 665 canários inscritos e é sem duvida dentro da linha escura, a série com o maior números de representantes.

Esta série possui as seguintes cores: e que são para efeito de concurso divididas em machos e fêmeas:

- feo albino
- feo albino dominante
- feo lutino intenso
- feo lutino nevado
- feo lutino mosaico
- feo lutino marfim intenso
- feo lutino marfim nevado
- feo lutino marfim mosaico
- feo rubino intenso
- feo rubino nevado
- feo rubino mosaico
- feo rubino marfim intenso
- feo rubino marfim nevado
- feo rubino marfim mosaico

Os albinos tem cor de fundo branco (são portanto marrons e brancos), os lutinos tem cor de fundo amarelo (marrons e amarelos) e os rubinos tem cor de fundo vermelho (marrons e vermelhos).

Neste artigo, vamos falar sobre os principais pontos que devem ser observados pelo criador em relação a seus acasalamentos.

Iniciaremos com as regras básicas de acasalamento que servem para todas as cores de canários e não somente para os Feos. Em seguida, falaremos de algumas regras ou observações que são exclusivas dos Feos, e que nos ajudarão a obter melhores exemplares.

As regras básicas são as seguintes: Intenso x Nevado - Deveremos procurar acasalar canários intensos com canários nevados. Isso nos ajuda a obter exemplares como comprimento de pena ideal. Os produtos serão teoricamente 50% de intensos e 50% de nevados.

Os intensos possuem plumagem mais curta e aderente, enquanto que os nevados possuem mais longa e solta. Com esse tipo de casal teremos pássaros com boa plumagem; tanto intensos como nevados. O acasalamento entre dois exemplares nevados resulta em problemas e quistos de penas (bolas) e plumagem em excesso (que atrapalha a formação do desenho).

Por outro lado o acasalamento entre dois exemplares intensos resulta em problemas de plumagem muito curta e exemplares intensos em homozigose, que esteticamente ficam muito prejudicados porque chegam a possuir partes do corpo descobertas (penas muito curtas).

Portador x Puro - Os Feos são oriundos principalmente dos canelas clássicos, que são exemplares que estão mais próximos do canário original e, portanto, teoricamente (com confirmação na pratica), são mais resistentes do que os exemplares Feos - que são os mutantes e são também recessivos. Portanto, é possível e desejável trabalharmos com exemplares canelas portadores de feo.

O resultado desse acasalamento é 50% de exemplares Feos e 50% de exemplares canelas portadores de Feos (tanto machos como fêmeas porque não se trata de mutação ligada ao sexo).

A principal vantagem desse acasalamento é a prolificidade (numero de filhotes) e o vigor (capacidade de sobrevivência) da prole.

Falaremos agora sobre alguns pontos que devem ser observados especificamente nos acasalamentos de Feos.

O grande desafio neste tipo de acasalamento esta em conciliar carga melanica com desenho aliado a uma plumagem de boa qualidade.

Para nós orientarmos devemos ter em mentes dois detalhes sobre a distribuição da feomelanina nas penas que são localização e tonalidade.

Localização - uma vez que a feomelanina se apresenta na borda das penas mais longas deverão ter uma maior área de atuação da referida melanina (isso pode ocasionar problemas de plumagem e confunde-nos na hora de escolher os portadores.

Tonalidade - quando mais próximo à região central da pena por uma questão de densidade dos pigmentos, a tonalidade do marrom é mais escura.

Essas duas considerações aparente antagônicas, devem ser manejadas pelo criador, de modo a obter pássaros, com plumagem curta, que serão mais escuros, mais não tão curta a ponto de se perder a borda feomelânica. Uma das maneiras de se conferir isso na pratica é trabalhar com alguns pássaros intensos que tenham boa carga melanica independente do desenho. Esses pássaros produzirão nevados com as características descritas acima.

O uso de portadores é importante, principalmente no tocante a produtividade do casal é viabilidade da prole entretanto não existem provas que o uso de dois pássaros puros produzem qualquer efeito deletére em relação à qualidade das melaninas dos produtos. Quando se trabalha de portadores devemos utilizar pássaros que possuam boa carga tanto de eumelanina como de feomelanina. A eumelanina também é importante, porque ela será a responsável pelo desenho. No produto puro sua ação é inibida no desenho dorsal, deixando uma área "vazia" de melaninas, que alternando-se com as áreas feomelanicas resulta no chamado padrão "marmorizando", de grande valor para esses exemplares.

Resumindo, no acasalamento dos Feos devemos nos valer de:

- Pássaros escuros com a plumagem curta e aderente (sem uma perfeita justa posição das penas o desenho ficará confuso).

- Pássaros intensos com boa carga melanica

- Portadores com boa carga das duas melaninas (devemos visualizar as duas melaninas).

Conforme foi explicado, podemos assim aprimorar mais ainda a qualidade de um pássaro que, sem duvida, está entre os mais belos e interessantes de nossa nomenclatura.

Um pássaro que, se trabalhando corretamente terá sempre seu lugar de destaque em nossas exposições.

Sempre é bom lembrar que um feo deve ter: feomelanina densa e brilhante e desenho.

Os Feos com a melanina opaca e pouco desenho, mesmo que tenham bastante carga de marrom estão definitivamente superados.

 

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