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O CANÁRIO COBALTO

Fritz Heiler-Tradução Márcia Rosier
Revista Brasil Ornitológico Nro49/2003
Artigo Editado em 28 Dez 2003

Primeira parte

PRIMEIRO CONTATO DO COBALTO
"Atualmente todos falam do cobalto, mas ninguém sabe exatamente do que se trata".

HISTÓRICO
Em 1994, por ocasião do campeonato da Alemanha, em Ulm, os canários cobre nevados de um quarteto de Karl-Werner Weber, causaram grande surpresa, já que eles tinham a parte de baixo do ventre em volta da cloaca uma coloração cinza bem escuro. Havia apenas três exemplares com esta particularidade e isto foi atribuído a uma manipulação de Karl-Werner. De volta à sua casa arrancou algumas penas de coloração deferente e esperou para ver como elas iriam crescer novamente.
Aparentemente esta particularidade poderia estar relacionada à alimentação (apesar de que o efeito do Polygonum não se verificar nesta época). Mas, efetivamente não era isso.
Na primavera seguinte, Karl-Wener obtém os primeiros filhotes vindos destes machos cobre. Infelizmente, todos tinham a parte de baixo do ventre clara, correspondendo ao cobre clássico normal. No ano seguinte, Karl-Wener me informou que havia cruzado este macho com uma das suas filhas, para fixar assim o peito escuro. Assim, no período de cobertura, ele decidiu cruzar irmão x irmã com os filhotes obtidos no ano anterior. Foi assim que surgiram os primeiros filhotes com a parte de baixo do ventre cinza. Logo pudemos observar que em sua plumagem juvenil estes pássaros tinham no corpo muitas penas pretas.
Após alguns acasalamentos podemos afirmar: esta mutação é devida à hereditariedade recessiva livre.
Agora era preciso encontrar um nome para esta mutação. Monika, esposa de KWW encontra imediatamente a solução, uma vez que a cor lembra o metal cinza e surge então o nome cobalto. O casal, juntamente com Markus Bergholr, faz a criação desta mutação. Os primeiros anos não são animadores, ao contrário, com muitas decepções, o que é normal neste tipo de acasalamento co-sangüíneo.

AÇÃO DO COBALTO
Em primeiro lugar, diz respeito ao conjunto de penas do pássaro, Os intensos tornam-se extremamente escuros. Mesmo sobre os clássicos de qualidade média, a partir do momento em que há o cobalto obtém-se um pássaro diferente. Sendo assim poderíamos ter rapidamente cobaltos de grande qualidade acasalando-se com negros de excelente qualidade. O cobalto melhora os canários negros.

COBALTO E ÔNIX
Em 1996, via-se cada vez mais ônix com o ventre bem claro. Achamos que o cobalto pode melhorar o ônix, já que ele carrega melanina até a ponta da pena. Sobre o ônix negro nevado, o cobalto traz um baixo ventre cinza canela que compensa a deficiência apresentada pelo ônix.

COBALTO E MOSAICO
Os mosaicos apresentam sempre a zona próxima da cloaca sem melanina e sem lipocromo. O baixo ventre é branco. Como normalmente a ponta das penas desta zona não fixam as melaninas, é possível que graças ao cobalto esta zona tenha a coloração escura, como foi o caso dos intensos e dos nevados. O cobalto agirá ou o mosaico inibirá a ação do cobalto? Eis algumas questões que nos são apresentadas.

O ATUAL TRABALHO DOS COBALTOS
Desde o início, Karl-Wener colocou o cobalto nos cobre (intenso, nevado, mosaico), bem como no verde (intenso, nevado) e o canela vermelho intenso. Começamos a introduzir o cobalto no ônix. Vamos também cruzar todos os nossos cobaltos com exemplares de "fator óptico azul" para obter cobaltos sem feomelanina.

Segunda Parte

APROFUNDAMENTO DOS CONHECIMENTOS
Comparação da plumagem do negro cobalto em relação ao negro clássico normal.
O negro clássico sem fator óptico azul tem melanina negra no eixo central da pena (estria) e na zona de baixo de cada pena (proporcionando a maior parte da superfície da inter-estria). Nesta superfície, a melanina negra está presente de forma diluída e se mistura à cor de fundo. Isto, por exemplo, dá a cor verde pela mistura do pigmento lipocrômico amarelo e desta melanina negra da inter-estria. Uma outra particularidade diz respeito ao nevado e ao mosaico, nos quais a cor de fundo não está visível em certos lugares da pena. Por exemplo, nos nevados o lipocromo não vai até a extremidade da pena e também a eumelanina está reduzida na superfície dos filamentos da pena, ocasionando uma borda cinza que aparece completamente clareada. Podemos observar um fenômeno semelhante nos mosaicos, onde vemos o lipocromo reduzido em baixo do ventre e uma zona branca sem lipocromo. Assim, parece que o lipocromo e a melanina estão relacionados, mas não é nada disso, estes dois pigmentos e sua divisão não são influenciados uns pelos outros. Mesmo os negros clássicos de alta qualidade têm menos pigmentação da face ventral. Nos standards é importante que o negro seja marcado no flanco e mecanizado até a parte de trás em relação às patas.

Azul normal e azul cobalto


  O negro cobalto se diferencia destes de forma considerável. Em primeiro lugar há uma textura de pena completamente diferente. Comparando o negro normal, o cobalto tem muito mais negro na superfície plana da pena do que na inter-estria. Reconhecemos também os filhotes negros cobaltos no ninho, eles se parecem com filhotes ágatas. Esta eumelanina negra da pena dos cobaltos não influência na retração do lipocromo. Assim, nos nevados, a borda das penas é cinza aço de onde vem o nome cobalto. Por outro lado o cobalto não tem influência sobre a feomelanina. Desta forma, num canário negro com muita feomelanina (defeito) o negro cobalto obtido terá uma cor suja cinza-canela. Foram feitos testes de cruzamentos com exemplares a fator óptico azul para produzir negros cobaltos puros sem feomelanina.
 

Cobre Normal e Cobre Cobalto

Verde Intenso Cobalto e Verde Intenso Normal

Negro cobalto mosaico: a força do fator cobalto é tão grande que nos mosaicos chegamos a pigmentar o ventre (ver fotos). O pássaro aparece perfeito, graças às repartição bem regular da melanina na parte plana da pena. Não existe mais em seu corpo, zona muito clara ou muito escura, a cor é uniforme, tudo está pigmentado de forma regular.


Cobre Intenso Cobalto

  NOTA: Um canário negro cobalto vermelho intenso foi exposto no mundial de Ypres pelo senhor Bergdolr, na gaiola 2.220, mas ele foi misturado com os clássicos (é lamentável que os organizadores não tenham colocado este exemplar em evidência para permitir que o público formasse sua própria opinião a respeito).


GENÉTICA DO COBALTO
1 - O cobalto é a hereditariedade recessiva livre.
2 - O cobalto é uma mutação de adição: uma "plusmutação". Ela acrescenta melanina enquanto todas as mutações conhecidas até hoje são mutações de redução ou diluição. É como se tivéssemos conseguido introduzir um fator suplementar (conforme já tentamos por hibridação, mas sem resultado) mais insisto em dizer que é uma mutação natural surgida nos canários de cor totalmente ao acaso.

COMPARAÇÃO ÔNIX COBALTO
Alguns especialistas ainda acreditam que o ônix é uma mutação de adição pelo negro. De fato notamos que nos negros ônix o desenho negro é mais fraco que nos negros clássicos. A melanina aparece mais suave e menos concentrada. O efeito das listras transversais perceptíveis nas penas grandes é dado em função da falta de melanina no desenho. No local onde há um aumento da melanina nos ônix não é na parte plana da pena, somente nas bordas a feomelanina dá o cinza e não o castanho. Temos a impressão de que houve uma transformação. Tendo o ônix, para a pigmentação da zona plana da pena (filamentos), os mesmos problemas que um negro clássico, podemos pensar que: acumular o fator ônix e o fator cobalto sobre os canários negros permitirá, talvez, nos aproximar do canário totalmente negro que tanto sonhamos.

 

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