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Tenho acompanhado o tema na mídia (revistas, jornais, internet, televisão, rádio) e deparado com críticas veementes contra a manutenção e reprodução de animais em cativeiro.
A cada dia essas críticas simplistas vem se tornando comuns e ganhando cada vez mais desavisados adeptos.
Animal feliz é animal solto em seu habitat, essa é a máxima dos defensores da idéia de que cativeiro é prisão e habitat é o natural. Assisto a documentários das redes famosas de televisão (a cabo) mostrando esses animais no seu habitat natural.
Os da África são os mais veiculados e espetaculares. Vejo nesses filmes a implacável lei da natureza sendo mostrada nos seus mais extraordinários detalhes, com filmadoras poderosas de alta definição e visão noturna e a invejável coragem dos apresentadores.
É uma carnificina brutal, aquelas gazelas lindas, com sua plumagem sedosa, tendo ao pé seu filhote recém nascido, sendo caçada e despedaçada pelos leões e hienas. Ninhos sendo saqueados e a prole das aves sendo dizimadas.
Saciada a fome dos animais do alto da cadeia alimentar, de repente tudo volta a ser um paraíso.
É claro que nada podemos fazer para mudar a lei da natureza. Nela os mais fracos servem de alimentos para os mais fortes e assim se sucede em toda a cadeia alimentar. É a lei mais forte, a lei da sobrevivência das espécies.
Nesse contesto grotesco, com a brutalidade reinante e a luta pela sobrevivência sendo tão penosa, será que existe espaço para felicidade? Ou a felicidade é um sentimento específico da espécie humana?
Num habitat natural equilibrado os animais são caça e caçadores e não há individualmente vencidos nem vencedores (nem animais mais felizes e menos felizes) e sim espécies sobreviventes. Não há que se falar em mais ou menos felicidade para essas espécies ou indivíduos, a que se questionar se as espécies irão sobreviver ao seu habitat natural e se esse habitat irá resistir à ação do homem.
Nossa principal função como criadores de animais em cativeiro se equipara a mais importante lei da natureza . . . o fundamental é a sobrevivência das espécies . . .
Silvano Ferraz
ferrazsilvasp@ig.com.br
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