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ALIMENTAÇÃO

"2 FACES DA MESMA MOEDA"

Por:Dr.Regis Christiano Ribeiro

É através da alimentação que os pássaros obtém a energia metabolizável necessária para todas as reações ligadas ao seu desenvolvimento, produção e acima de tudo manutenção da saúde. Essa energia é obtida pela "queima metabólica" de carboidratos, gorduras e proteínas.

Quando o organismo das aves metaboliza essas substancias acaba produzindo subprodutos que serão eliminados do organismo, pela respiração ( CO2), pelas fezes e urina ( água e derivados de nitrogênio).

O CO2 e a água são eliminados de maneira passiva, ou seja sem gasto de energia, ao passo que os derivados de nitrogênio são eliminados de forma ativa,pelo rim, com trabalho celular e gasto de energia.Como conseqüência dessa eliminação laboriosa há um aumento no trabalho dos rins das aves, mais intenso quanto maior for a quantidade de proteína " queimada metabolicamente" para obtenção de energia.A magnitude desse fenômeno pode levar ao que se convenciona chamar de esclerose renal, ou seja lesão do rim por sobrecarga de trabalho para eliminar compostos nitrogenados, resultando em muitas ocasiões no aparecimento de lesões articulares secundárias conhecidas como "gota".

Para prevenir esta condição sugere -se a não utilização de proteínas de baixa qualidade e utilização correta de outras fontes de energia como por exemplo os carboidratos e gorduras, deixando a proteína como fonte nobre de outros nutrientes como os aminoácidos.

A necessidade de energia varia, durante o ano, na dependência da atividade da ave , da temperatura ambiente e condições de manejo, exigindo alterações nas formulações, no sentido de corrigir possíveis deficiências.

A adição de gorduras à dieta das aves ( adição de óleos vegetais ou uso de sementes ricas em óleo) tem sido utilizado com freqüência por vários criadores com resultados variáveis em função de uma exigência fundamental quando se adiciona gorduras às dietas: "as gorduras são oxidadas no organismo da ave e podem determinar sérias lesões como a encefalomalacia (doença irreversível do sistema nervoso), a diátese exudativa ( hematoma roxo abaixo da pele), a distrofia muscular ( doença do músculo branco) e hemorragias fetais( morte do pássaro no ovo)".

Na verdade a maneira mais segura de se elevar a energia da dieta das aves é através do uso de carboidratos solúveis de alta digestibilidade e baixa fermentação. Na natureza as aves utilizam com freqüência e eficiência o açúcar das flores e frutas denominado frutose.Esse açúcar fornece 4 kcal de energia metabolizável por grama e é encontrado, juntamente com a glicose em altas concentrações na corrente circulatória das aves.Quando metabolizado pode se transformar em glicose, favorecendo processos de desintoxicação hepática, além de participar de reações que produzem energia metabólica para as aves.

A frutose após sua "queima metabólica" total produz, como metabólitos de eliminação o CO2 e água, que são facilmente e seguramente eliminados pelo rim e respiração, sem sobrecarga renal para as aves. Outro fator importante é o de que durante sua absorção intestinal carreiam água facilitando hidratação das aves.

A natureza nos mostra a segurança desse carboidrato através do beija flor, pássaro extremamente delicado, que necessita durante o seu dia, de grande quantidade de energia e a obtém, praticamente na sua totalidade, através de alto consumo de frutose diário.

No entanto quando se utiliza essa eficiente e natural fonte energética , torna - se importante lembrar que o aumento da energia da dieta, diminui o consumo alimentar de forma compensatória, exigindo suplementação de nutrientes essenciais com ênfase para as vitaminas, com a finalidade de evitar carências.

Alguns ingredientes e contaminantes das dietas para pássaros podem conter substancias que interferem na absorção de nutrientes. Recentes trabalhos de Willian Korsacov (1999) indicam que substancias tóxicas produzidas por fungos Aspergillus sp, assíduos contaminantes dos grãos, tem a capacidade de alterar a absorção de carboidratos solúveis, notadamente a glicose, exigindo suplementações maiores de fontes energéticas.

Outro ponto importante para se abordar, diz respeito a introdução de novos ingredientes na dieta de aves de gaiola.Pouca literatura científica dá suporte a inclusão de muitos dos novos ingredientes, que poderão ter fatores anti nutricionais como o tanino ( do sorgo), resorcinol, inibidores de proteases (da soja), saponinas.Sugerimos cautela nessas novas experiências.Procure utilizar só em parte do plantel e compare resultados com sua dieta tradicional.

Em recente trabalho R.J.Hughes (fev.2003) nos indica que a atividade da enzima pancreática lípase só atinge sua atividade ideal 10 dias após o choco, podendo portanto induzir em algumas aves, baixa digestibilidade a gorduras, como por exemplo da gema do ovo. A atividade da enzima amilase por sua vez se inicia no dia do nascimento e atinge seu grau máximo (90% de atividade) sòmente aos 14 dias, induzindo portanto a má digestibilidade do amido dos grãos, depondo contra essa fonte de energia.

Todas essas características fisiológicas normais dos pássaros jovens, nos levam a indicar a importância de um reforço na alimentação de aves durante o período de acasalamento, no sentido de produzir pássaros, que ao nascer, possuam reservas energéticas altas para esse período inicial de amadurecimento da capacidade digestiva, evitando - se assim alta mortalidade nos primeiros 20 dias de vida.

Trabalhos recentes do Dr Steven Leeson, uma das maiores autoridades mundiais em nutrição de aves nos indicam a necessidade do uso de probióticos, solúveis em água, associados a vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis,com duas importantes funções: estabelecer uma flora digestiva saudável que propicie qualidade às vilosidades do intestino, favorecendo assim a absorção de nutrientes e vitaminas que auxiliem nos processos metabólicos para aproveitamento das fontes de energia.

Aos amigos criadores uma boa temporada de exposições, com sucesso também na criação.

Dr.Regis Christiano Ribeiro
Médico Veterinário, CRMV-SP-1688
Prof.Bromatologia e Nutrição Animal para monogástricos.UNIP

 

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