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Área de recuperação e soltura de avifauna - Antonio Carlos Canto Porto Neto – Sítio N. Sra. Auxiliadora – Mogi Mirim – SP
( transcrito do Relatório de atividades referente ao I Encontro de ASM – Áreas de Soltura e Monitoramento de animais Silvestres do Estado de São Paulo, organizado pelo Departamento de Comunicação do IBAMA – SP.)
por: Fernando Magnani e Francisco Rogério Pascoal.
Resumo: Silvano Ferraz.
Características da área:
Sítio Nossa Senhora Auxiliadora, município de Mogi Mirim, na região sudeste do Estado de São Paulo. O município possui área de 500,4 mil metros quadrados com altitude de 632 metros. A área estudada constitui-se, sobretudo, por matas de galeria, cerrado alterado, áreas alagadas, áreas de cultivo e edificadas, e represamentos. Em levantamento qualitativo preliminar foram identificadas 88 espécies de animais e 41 de vegetais nativos significativos, porém diante de diversidade de ambientes na área, é esperada uma riqueza específica maior. A fragmentação da cobertura vegetal provoca alterações na abundância ou mesmo a eliminação de algumas espécies. Observa-se que muitas espécies de animais, antes amplamente distribuídas no Estado, hoje têm se tornado restrita às áreas naturais fragmentadas remanescentes. Na tentativa de reduzir o isolamento das áreas, está se realizando plantio de mudas nativas para o adensamento e aumento da variedade dos fragmentados e para a conexão dos mesmos através de “corredores” dentro da propriedade e para às vizinhas facilitando o fluxo biológico.
Metodologia de soltura.
Processo lento de readaptação e soltura.
Características físicas:
Foram construídos no local próximo a área de preservação permanente, uma sala de recepção e medicação preventiva com 16 metros quadrados, telas nas porta, janelas e telhado, e uma bateria de três viveiros el alvenaria e tela de seis metros quadrados cada.
Como os fragmentos florestais ainda estão em recuperação e a existência de ninhos naturais é pequena, colocaram-se dezenas de caixas ninhos para as espécies que utilizam este tipo de local para nidificar.
Metodologia de recepção.
As aves ao chegarem ao local, através de autorização do IBAMA, já anteriormente triadas e liberadas no que diz respeito à parte sanitária, são divididas em gaiolas dentro da sala de recepção, onde são vistoriadas e permanecem sob observação por alguns dias. Após esse procedimento são transferidas para viveiros de readaptação para treinos de vôo, recuperação das penas e fortalecimento das musculaturas.
Metodologia de liberação.
As aves são observadas diariamente, começam a receber algum alimento natural. Quando apresentam comportamento e plumagem adequadas, são liberadas sob observação durante todo o dia, espécies que não respondem imediata e corretamente, são recapturados, voltando ao ponto inicial.
Monitoramento pós-soltura.
Como fase inicial de implantação da área de soltura, foi realizado um levantamento faunístico qualitativo que serve como base ao trabalho de monitoramento e avistamento de espécies liberados. Esse levantamento inicial é revisado constantemente, mas sem periodicidade certa. À medida que novas espécies são avistadas nos comedouros implantados no local e regularmente abastecidos, com esse processo é possível a observação diária da avifauna, e pode-se, com a ajuda de binóculos reconhecer algumas anilhas pela cor.
Resultados.
Em relação ao objetivo específico de recolocar no local espécies que haviam desaparecido por motivos diversos, pode-se afirmar que o resultado foi positivo, inclusive com algumas espécies fechando totalmente o ciclo de reprodução no local como Sicalis, Turdus, Gnorimopsar, Passerina Brissonii e saltotor Similis. Foram liberados durante o ano de 2005, 908 exemplares de aves.
Conclusão
A prática bem direcionada, auxiliada por técnicas controladas, pode re-inserir no habitat natural espécies que foram suprimidas por força de capturas e destruição, caso este ambiente estejam em condições favoráveis . É certo que sempre existirão perdas de exemplares e dúvidas sobre a origem de algumas espécies, causando discussões sobre hibridação de populações de espécies com uma distribuição muito ampla, mas os textos técnicos e registros científicos podem diminuir esse problema e refinar o manejo. Os comedouros e cevas serviram de apoio às aves e de ponto de observação, inclusive atraindo espécies naturais que passaram a ser observadas com muita freqüência. É necessário um grande trabalho de educação ambiental das áreas vizinhas e um apoio mais consciente dos órgãos fiscalizadores, pois como se pode apurar, esses locais atraem a atenção de caçadores.
Outra conclusão é a de que essas áreas devem ter um bom esquema de segurança inicial, inclusive não optando por distanciar os viveiros da proximidade da administração local, pois a distância influencia de forma negativa na segurança das aves e não modifica em nada a técnica de soltura.
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